Numa declaração política proferida no dia 4, em nome da sua bancada, a deputada comunista Diana Ferreira voltou às conclusões das Jornadas Parlamentares para sublinhar que a realidade encontrada no distrito de Aveiro «não é diferente nem está desligada da realidade vivida no resto do País», sendo também ali bem visíveis as consequências da política de direita na vida das pessoas, das empresas e da economia nacional.

E deu exemplos concretos de como assim é pegando desde logo na agricultura, com enorme importância no distrito, para lembrar como o Governo se tem furtado à execução do projecto do Baixo Vouga Lagunar, o que tem levado, alertou, ao «avanço da salinização dos solos e à perda da capacidade produtiva numa das áreas mais férteis do País».

As dificuldades enfrentadas pelos homens do campo (dos produtores de leite aos da batata) levaram ainda Diana Ferreira a acusar o Governo de «estar ao lado dos grandes proprietários, da grande indústria e da grande distribuição (que detém 75 por cento do mercado agrícola em Portugal), contra a pequena produção e a agricultura familiar», cujo papel é reconhecidamente chave na «produção de qualidade e na ocupação do território e povoamento das aldeias».

O mesmo nas pescas, onde o Governo além de medidas lesivas à actividade piscatória envereda pelo mesmo caminho de incumprimento de resoluções do Parlamento, como é por exemplo as respeitantes à Arte Xávega.

Problemas muito sérios identificou ainda o PCP na indústria, sector onde se assiste a essa tragédia que é a «destruição de milhares de postos de trabalho e o encerramento de inúmeras empresas, deixando muitas vezes famílias inteiras no desemprego».

Sectores carregados de espinhos para os seus profissionais e para as populações que devem servir são ainda os da saúde, da educação ou o dos transportes, aos quais Diana Ferreira prestou também a atenção devida na sua intervenção, assim acrescentando razões para a apresentação do Plano de Emergência que a sua bancada formalizará em breve para o distrito de Aveiro.